sexta-feira, 10 de julho de 2015

MITOLOGIA GREGA - HADES:

1. OS DEUSES GREGOS DO SUBMUNDO:

2.2. Hades:


(Escultura de Hades raptando Coré)

Cronos (o titã do tempo) recebeu a profecia do Oráculo de que, um dia, um filho seu iria tomar o lugar de seu trono. Cheio de si, orgulhoso de seu trabalho e temendo que isto acontecesse, o grande titã passou a devorar seus filhos, para que nenhum deles restasse. Ele devorou, no total, 5. O sexto filho foi poupado por sua mulher, Réia, rainha dos titãs. Esse sexto filho poupado foi Zeus. Réia, temendo que ele fosse devorado como os outros por seu marido, deu a ele um pano cheio de pedras no lugar de Zeus, enganando a Cronos. Dessa forma, Zeus cresceu e planejou com sua mãe uma bebida que Cronos beberia, para vomitar seus 5 irmãos devorados. O titã não desconfiou das artimanhas da mulher e vomitou a todos, sendo eles: Hera, Deméter, Héstia, Hades e Poseidon. Os três homens juntos, Hades, Poseidon e Zeus lutaram contra seu pai. Obviamente, eles tiveram ajuda de outros titãs, que eram inimigos de Cronos e apoiavam Zeus. A Zeus, esses titãs deram seus raios. A Poseidon, o seu tridente e a Hades, o seu elmo da escuridão, que o tornava invisível.

Na luta marcada, Poseidon distraía Cronos com seu tridente enquanto Hades, invisível com o seu elmo, dava-lhe golpes e, no final, Zeus o finalizou com seus raios. Esquartejaram Cronos e o aprisionaram no Tártaro. Outros titãs, amigos de Cronos, indignados com a sua morte, juntaram-se também à causa e guerrearam com os 6 novos deuses, da segunda geração. Essa batalha épica foi chamada de Titanomaquia pelos gregos, foi quando os titãs que apoiaram Cronos foram aprisionados no Tártaro junto com ele e os titãs que apoiavam o Olimpo juntaram-se aos novos deuses. Nessa guerra, o mundo foi dividido entre os novos três poderosos. Zeus tornou-se dono da terra e do céu, tornando-se também deus dos deuses, por ter salvo seus irmãos. Poseidon tornou-se deus dos mares e rios, onde reinam as criaturas marinhas. E por último, Hades, tornou-se deus do Submundo, onde os mortos moram.

Hades é, portanto, o Senhor do Submundo e é o mais velho dos irmãos homens, sendo Hera a mais velha de todos eles e das mulheres. Também é reconhecido pelos eufemismos O Invisível, O Rico, O Impiedoso e O Hospedeiro. Para os romanos, Hades passou a se chamar Plutão. Ele tem uma personalidade ríspida, é insensível às lamúrias dos vivos e dos mortos. Frio, distante, ele era temido pelos gregos e romanos, que recusavam a dizer-lhe o nome certo. Ele era O Invisível devido ao seu elmo da escuridão. Ele era O Rico, porque além de ser o deus dos mortos, ele era o deus das riquezas minerais, das jóias subterrâneas, pertencentes, obviamente, ao seu mundo. Ele era O Hospedeiro, porque em seu reino todas as almas são bem-vindas quando morrem, é para lá que elas vão após suas vidas e é de lá que elas partem para uma nova vida, depois de beberem do rio Lethes. No reino de Hades, deus algum pode entrar sem permissão, assim como ele também foi proibido de entrar no Olimpo ou nos domínios marinhos de Poseidon sem antes ter o consentimento dos irmãos.

Mais tarde, Hades casa-se com Persérfone. É interessante que contemos essa história mais tarde, quando formos falar de Persérfone. Persérfone é filha de Deméter e Zeus, irmãos de Hades, e torna-se a rainha do Submundo junto a ele. Hades é o deus grego mais fiel ao seu casamento. Diga-se de passagem, traiu Persérfone apenas duas vezes – para um deus grego, isso é mais do que um recatado, lembrem-se de Zeus em comparação! – e essas duas vezes foram com a Ninfa Minta, por quem ele se apaixonou, e uma das filhas de Oceanus (o titã dos oceanos). Quando descoberta a sua relação extra-conjulgal com Minta, a própria sogra, Deméter, fez questão de transformar a pobre ninfa numa espécie de planta, mas que até hoje é bastante consumida, possui um gosto refrescante e um perfume peculiar: a menta (ou hortelã). Quanto à pobre oceânida, restou-lhe ser transformada em um tipo de flor, chamada álamo prateado, ou álamo branco.

Quanto à paternidade, Hades se torna bastante confuso diante da mitologia. Sua única filha – que se pode comprovar ser sua filha – é Macária, a deusa da boa morte. Ainda assim, há dúvidas se ela é filha ou não de Persérfone com esse deus. Alguns outros relatos afirmam que Zagreu e as Erínias (Fúrias) foram filhos de Hades. Em contrapartida, o que mais se ouve é que Zagreu era Dionísio (deus da festança) disfarçado e que as Fúrias nasceram do sangue que gotejou de Urano, quando Cronos o castrou – sendo assim, elas seriam anteriores a Hades. Todavia, houve um relato interessante sobre uma suposta filha de Persérfone, Melinoe. Melinoe é a deusa dos fantasmas e das cerimônias fúnebres. Pela sua mania de passear pela noite, ela é o motivo dos cachorros latirem sem uma razão aparente para seus donos. Ela seria filha de Persérfone e Zeus, estando Zeus disfarçado de Hades, de modo a enganá-la. Acreditando estar com o marido, Persérfone engravidou de Zeus, crendo estar grávida de Hades.

REFERÊNCIAS:
  • HAMILTON E. Mitologia. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
  • BULFINCH T. O livro de ouro da mitologia - histórias de deuses e heróis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.
  • Site Espiritualismo. Acesso em: 2012. Disponível em: < http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/mitologia_greco_romana_6.htm >

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