sexta-feira, 10 de julho de 2015

MITOLOGIA GREGA - O REINO DOS MORTOS:

2. O SUBMUNDO GREGO:

Infelizmente, as mitologias são muito mais extensas do que eu seria capaz de publicar e todas contém várias versões sobre o mesmo assunto, o que torna a sua fidelidade bastante diluida. Contentem-se aqui com um gosto rápido, saboreiem o prato verdadeiro através de um petisco. Antes de mais nada, quero deixar claro o grande equívoco que ocorreu, na cultura popular, ao comparar o Submundo grego com o conceito de Inferno católico. Claro, que esta não é a hora apropriada para dizer-lhes sobre o Inferno. Mas, é a hora para dizer-lhes sobre o Submundo e sua dinâmica. O Submundo não é o Inferno, tampouco Hades – senhor do Submundo – pode ser tratado como senhor Infernal. Em grego, Submundo é Ypokosmos, “o que está abaixo do mundo”. O Submundo nada mais é do que uma espécie de segundo plano, para onde as almas dos mortos vão passar sua eternidade, ou, se possível, preparar-se para uma nova vida. O mundo dos mortos também pode ser chamado de Hades, que é o nome do senhor deste mundo.

Acredita-se que o Submundo seja dividido em três áreas, cujos destinos das almas depende de seu comportamento na terra, depende da honra.

2.1. Os Campos Elíseos:


Para as almas boas, guerreiras, justas e sábias, há um local no Submundo chamado Campos Elíseos – também era uma região conhecida dos gregos, mas, que não faziam parte de sua Pólis. A geografia grega sempre teve um terreno árido e seco, de temperatura morna. Ao se descobrir os Campos Elíseos, além de suas fronteiras, eles imaginaram ali uma espécie de Paraíso, onde as almas mortas iam, se assim mereciam. É descrito como um local fértil, de árvores e frutos, bucólico, de paz e alegria eterna. Havia outra forma também de entrar nos campos Elíseos: manipulando o barqueiro Caronte. Alguns gregos, em seus ritos funerais, colocavam moedas de outro nos olhos do cadáver, acreditando que essas moedas poderiam subornar o barqueiro de Hades e permitir que aquele sujeito fosse para os campos Elíseos, ter uma vida eterna de paz.

2.2. O Tártaro:


Para as almas desonrosas, que desagradaram aos deuses ao longo da vida, resta-lhes o Tártaro. Este sim, pode ser considerado um suposto inferno, dentro do Submundo. Cronos, pai Titã do próprio Hades foi jogado ali, depois de esquartejado, para não mais poder voltar a governar. O Tártaro é um local de punição às almas que assim merecem. Tártaro também era um dos deuses primordiais, nascido do Caos. Gaia era a titã, personificação da terra; Urano era a personificação do ar, Tártaro era a personificação dos cantos mais profundos e inabitáveis da terra. Ele representava os cantos mais terríveis do reino de Hades, cantos cavernosos, mergulhados nas trevas, onde os inimigos dos deuses e os criminosos eram mandados. Em suma, o Tártaro é uma energia primordial, mas também é o local onde se encontram aprisionados os Titãs e também o local de castigo eterno para os mortais desvirtuosos. No Tártaro, também havia o rio Flagetonte, rio de fogo, cujas chamas eram nocivas e cercavam o lugar, impedindo que os atormentados fugissem.

2.3. O Érebo:


Fora esses dois lugares, para as demais almas, restava o campo, onde estaria o rio Estige, ou rio Stix. Segundo relatos gregos, o rio Stix era feito de almas dos mortos e era o caminho para as terras de Hades. Era através dele que Caronte, o barqueiro, levava as almas dos recém-chegados. Outro rio importante para a mitologia da vida e morte grega, era o rio Lethes. Como o próprio nome significa “esquecimento”, o rio Lethes era o rio do esquecimento, do qual as almas destinadas a reencarnar bebiam. Elas deviam beber de suas águas para esquecerem-se das vidas passadas e poder nascer novamente, em outro corpo. É nesta região onde as demais almas mortais permanecem. Não heróis virtuosos, mas também não vilões, esse local é também chamado de Érebo (trevas) onde reina o silêncio e a solidão, florestas vazias e escuras, sombreadas. Há versões que contam que o rio Lethes pertence aos Campos Elíseos, o que torna sua localização um tanto quanto confusa.

Dito de passagem, os heróis eram destinados à vida eterna nos Campos Elíseos: os criminosos eram destinados ao castigo eterno no Tártaro: as demais almas ficavam no Érebo, compunham o rio Estige e bebiam da água do rio Lethes, quando chegada a hora, para poder voltarem à terra em outro corpo mortal.

REFERÊNCIAS:

  • HAMILTON E. Mitologia. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
  • BULFINCH T. O livro de ouro da mitologia - histórias de deuses e heróis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.
  • Site Espiritualismo. Acesso em: 2012. Disponível em: < http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/mitologia_greco_romana_6.htm >

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