sexta-feira, 10 de julho de 2015

INTRODUÇÃO

As pessoas podem mudar ao longo dos milênios, mas algumas perguntas sempre permanecem.

De onde viemos? Como tudo isso surgiu? Por que morremos? O que acontece depois da nossa morte? Para onde vamos? O que a morte significa? E o que a vida significa?!

Por muito tempo, vozes cantaram históricas e músicas sobre esse tema. Muita gente diz que é sempre necessário indagar sobre o significado da nossa vida. Mas, poucas delas perceberam que, só se pode compreender o sentido da vida, após compreender o sentido da morte.

O problema é que, hoje em dia, ninguém quer mais cantar sobre o assunto por aí! As pessoas se calaram, elas tentam ignorar a morte dos outros e a própria morte.

Produtos de beleza que prometem a juventude eterna
Cirurgias milagrosas que podem curar qualquer doença
Remédios que prometem lhe repôr tudo que vem perdendo com a idade

Pobre morte que hoje em dia é rejeitada. Ninguém quer engolí-la. E quando ela aparece, é ridicularizada, ou debochada.

Programas sensacionalistas que mostram, sem pudor ou respeito, os "presuntos" na rua

Onde está o medo e a reverência diante da morte? E ao luto? Se fizermos um estudo ao longo de décadas, vamos descobrir um dos motivos pelos quais as portas das casas antigas eram mais largas e altas: os enterros eram feitos em casa, os parentes cuidavam do ente falecido, participavam de um ritual de despedida, e acompanhavam o caixão até o cemitério em uma marcha fúnebre, num processo de deixar, aos poucos, a dor da perda ser substituída pela saudade.

Hoje em dia, não há espaço para a morte em qualquer lugar. Quem cuida do corpo do morto são os agentes funerários, e após a sua morte no hospital, o corpo é escondido rapidamente para que ninguém o veja, levado por um carro negro, e a família em luto só terá contato novamente com o ente querido já no cemitério, pronto para ser enterrado, sujeitos a apenas uma rápida cerimônia onde todos tentam se distrair, conter as lágrimas e não vivenciar aquela sensação vazia a todo custo.

Mas, o que a sociedade ainda não percebeu, e que venho trazer aqui, leitor, é uma verdade dolorida: a morte não pode ser ignorada, ela chega, sempre, de qualquer jeito, não importa o quanto fujamos e debochamos dela! Podemos ridicularizá-la em programas de tevê, e desafiá-la com nossos produtos químicos, remédios e medicina.

Mas, ao encarar a face da morte frente a frente - seja com a perda de alguém que amamos, com a perda do emprego, de um membro de nosso corpo, de um relacionamento amoroso, ou até mesmo com a eminência de que nossa morte está se aproximamos - nós percebemos o quão áustera, imbatível, poderosa e aterradora ela é. E o arrependimento nos bate, devíamos ter tido mais respeito com ela.

Por afinal, é tendo respeito pela morte, que temos respeito pela vida. Sabemos aproveitar mais nosso tempo, quando paramos de encarar o fim deste como uma brincadeira. Valorizaríamos mais a vida, se tivéssemos valorizado a morte.

Eis que esse site entra em uma contradição. Ele cantará a morte, mais para cantar a vida! Aqueles que estão curiosos sobre o assunto por mim são considerados sábios, pois estão buscando a vida, ao invés da morte, e a simples intuição de buscar entender a morte, já é um desejo de buscar entender a própria vida.

Aqui nesse blog, a morte terá voz! Nas vozes de vários povos, desde os tempos antigos, até os autores mais modernos que falaram e falam do assunto. Poderemos então novamente entender como o ser humano, desde o início dos tempos, têm lidado com o tema "morrer" e "viver", e o que se modificou de lá para cá, quais as crenças, quais os costumes, a cultura, o sentimento e o clima em volta desse assunto. Quem gosta de história, mitologia, religião e literatura também encontrará alguma coisa para si aqui nesse lugar. Apenas, o foco nosso é sobre a vida e a morte, sobre o morrer e o viver!

Neste blog, Thanatos canta!

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