segunda-feira, 30 de novembro de 2015

MITOLOGIA GREGA - O DESTINO, A VIDA E A MORTE:

MOROS

O que os gregos diziam sobre o destino da vida e da morte de seus humanos e de seus deuses? Sabe-se que Moros é a personificação primordial do destino, filho de Nyx, bem como todos os outros deuses primordiais retratados nesta postagem. Ele era o destino, portanto, assim como Thanatos, ele era inevitável, inviolável. Normalmente, os gregos consultavam Oráculos para saberem de seus destinos, seus Moros. Ele, para os gregos, era imutável, tecido pela Roda da Fortuna das Moiras, e não adiantava tentar ignorá-lo. Um dos mitos mais famosos gregos, sobre Édipo, cita a importância do destino. O rei Laio, rei de Tebas, soube pelo Oráculo de Delfos o seu terrível Moros, de que o filho que teria com sua mulher o mataria e se casaria com a mesma. Em desespero, tentando driblar o Destino, Laio pega seu filho e o deixa no monte Citerão, com os pés pregados, para que morresse. No
entanto, o Destino é irreversível. Um pastor salva o garoto da morte e o batiza de Edipodos (significa pés furados) e logo mais tarde o Rei de Corinto o adotou. Édipo então cresce, sem saber de sua família e volta a Delfos. Como Moros é inevitável, Édipo de apaixona por uma mulher que, sem saber, trata-se de sua própria mãe. O Rei Laio então o convida para uma luta, no qual quem venceria ficaria com Jocasta (mãe de Édipo). Nesta luta, obviamente, Édipo ganha e mata o pai, casando-se com Jocasta. A tentativa do rei Laio para ignorar Moros foi em vão. Assim é esta personificação da mitologia grega.


(O Oráculo de Delfos retratado em um vaso antigo grego)

AS MOIRAS

As Moiras também foram chamadas de Parcas pelos romanos. Elas pertenciam ao Submundo, mas eram responsáveis mais pelo processo de vida do indivíduo do que da morte. Sendo deusas primordiais, ou seja, surgidas do Caos, antecedentes a Zeus, as Moiras são responsáveis pelo destino de todos, deuses, humanos, ninguém escapa das decisões das Moiras. Segundo descrições, eram caracterizadas como três mulheres velhas e lúgubres, de natureza sinistra, que teciam a vida e o destino através de uma máquina de tecer chamada Roda da Fortuna. Elas foram quem criaram Nêmesis, a deusa da loucura, as Fúrias (já apresentadas anteriormente) e Têmis, a deusa das leis. 

Eram três: Cloto, Láquesis e Átropos.


Cloto era a responsável por tecer o fio da vida, ficava no início da Roda. Láquesis era responsável por sortear os maus fios e os bons fios, alternando na vida dos homens e deuses os seus momentos de sortes e infortúnios. E Átropos era responsável por cortar o fio da vida, assim que era chegada a hora. Ela age, portanto, junto a Thanatos!

AS KERES

As Keres eram irmãs de Thanatos e Hypnus por parte de mãe, Nyx, a Noite, mas não eram filhas de Érebo (a treva) e sim do Caos. Eram deusas primordiais responsáveis pelas mortes violentas, precoces e inevitáveis. Eram também temida pelos humanos e também eram representadas como mulheres aladas. Thanatos também era alado, Hypnus também. Mas, ao contrário destes, as Keres eram criaturas horríveis, deformadas, de caninos afiados e unhas como garras nas mãos. As Keres eram geralmente chamadas por Ares durante as guerras, pois faziam parte do percurso normal destas. As mortes por ódio, vingança, violência, guerra, doença, destruição eram designadas pelas Keres. 

Não se sabe exatamente quantas são, afinal, os jeitos de morrer de forma terrível são vários! Thanatos era mais atrelado à morte calma e natural, por ser irmão de Hypnus, deus do sono – com algumas exceções, como Sísifo, que devia ter sido uma morte precoce, mandada por Zeus. Cada Ker tinha o nome pelo tipo de morte que ela personificava. Portanto, havia a Destruição, a Doença, a Prematura dentre outras.


As Keres também foram faladas como personificações da morte de cada um. Assim como um Däemon, cada um tinha uma Ker, ou seja, era designado a morrer de uma forma, seja ela de forma violenta ou calma, através de doença ou de morte natural, na guerra ou numa discordância com o vizinho. Para não se deixar dúvidas - apesar de não ter a ver com o tópico - Däemon era um conceito grego para o que se podia ser o dom natural de cada um. Cada humano tinha um Däemon dentro de si, que designava qual seria o seu dom natural. Se cada um seguisse seu Daemon, seriam ótimos naquilo que exercessem. Daemon foi a palavra que deu orígem ao termo "demônio", usado também na religião católica. Mas este é assunto para outra parte.

REFERÊNCIAS:


  • HAMILTON E. Mitologia. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
  • BULFINCH T. O livro de ouro da mitologia - histórias de deuses e heróis. Rio de
  • Janeiro: Ediouro, 2010.
  • Site Espiritualismo. Acesso em: 2012. Disponível em: <http://www.espiritualismo.hostmach.com.br >

Nenhum comentário:

Postar um comentário